Esses dias eu tive um sonho
De que inventei uma máquina do tempo
Onde as lembranças eram soltas ao vento.
Das andadas nos meios fios
Às decidas de bicicleta pelos morros á dentro
Sem medo! Sem nada!
As caídas das árvores
Coitada! Mamãe ficava tão preocupada
Mesmo sabendo quando tudo estava normal.
Os brinquedos jogados ao chão, que saudades!
Ali se montava casas pequenas e histórias serenas.
As brincadeiras naquela grama imensa, cheia de casinhas.
Que folia! Parecia que tudo era perfeito,
Mal eu sabia que havia muitos mals feitos.
O medo das freiras compreensíveis,
As orações e os cantos antes do sinal.
Que engraçado! Elas não me permitiam passar de ano
Por não despertar a leitura no meu cotidiano!
As lutas de quem pegava a mão daquela pessoa que nos ensinava
Com uma arte mental.
E como não falar
Das horas que se passaram fazendo roupas de Barbie
Com uma amiga eterna.
E outra... Que saudade!
Os banhos de piscina na sacada com aquela
Em que também se tomava chimarrão.
Até que veio o caminhão...
O medo da avó e o uso da humilde oficina do nosso herói.
As tardes de verão vendo a BR e catando feijão no chão.
Voltando da praia correndo, as brigas á mesa.
Tratar as galinhas era uma beleza!
Mas o ganso, certa vez, comeu meu anel de letra.
Mas quem ia sentar no banco da frente?
A sorte que tenho é que meu coração ainda lembra.
E apesar de chorar de saudade
Ainda sinto a emoção e vejo toda a verdade!
Helena Liebl
Outubro/2011