terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Entrevista: Adriana de Souza

Depois de alguns meses sem entrevistas, recomeço o ano com uma bem especial para mim, pois além da entrevistada da vez ser uma escritora dedicada e que ama o que faz, principalmente cultura, é uma querida amiga.
Adriana de Souza é uma poetisa catarinense, moradora da cidade de Balneário Piçarras. Tem um livro de poesias publicado, Substrato, em 2008. Colaboradora do Jornal Literário O Carijó, da associação AMARK.


1-Como você iniciou sua carreira literária? Era um sonho de criança ou veio com o tempo?

Na verdade publiquei um único livro e por acaso. Nunca tive a pretensão de ser uma escritora famosa. Sempre gostei de ler, desde a infância e esse hábito me estimulou muito a criatividade. Comecei escrevendo letras de músicas, depois poesias, resumos, resenhas críticas, artigos e história em quadrinhos. A idéia de publicar um livro de poesias veio de amigos que me proporcionaram as condições necessárias a produção do livro Substrato no ano de 2008.

2-Você se inspirou em alguém para fazer suas poesias, seus textos, enfim para viver? O que é que te inspira em especial?

Para escrever Substrato eu me inspirei em situações do dia a dia, tudo era motivo de inspiração, um jardim florido, um mendigo na rua, uma paixão, um desapontamento, enfim, vivências reais e imaginárias de um ser humano comum e muito sensível com tudo a sua volta. Atualmente me inspiro com tudo que me desperta vontade de criar algo bom, belo e útil a alguém.

3-Você se consideraria uma pessoa eclética ou não? E, enquanto como poeta, é uma poetisa clássica ou moderna?

Considero-me uma pessoa eclética sim, pois, aprecio diferentes tipos de literatura e procuro receber o diferente com naturalidade, afinal, pode ser uma oportunidade de aprender algo bom. Creio que eu seja uma poetisa moderna já que meus escritos valorizam o cotidiano e suas particularidades.

4-Como é para você, ser envolvida com cultura em um país como o Brasil? O que, em sua opinião, poderia ser feito para ter mais incentivo á arte literária?

Escolhi a Produção Cultural como profissão por apreciar todas as formas de manifestações culturais e assim poder contribuir na produção de produtos culturais e consequentemente na educação pela e para a cultura da população. Meu trabalho consiste em sistematizar um produto cultural no formato apto a ser viabilizada pelo mercado, ação normalmente absorvida pelo setor público. Sinto que trabalhar com cultura no Brasil é uma luta, já que nossa capacidade de criação de produtos culturais é infinitamente maior do que o consumo dos bens culturais produzidos. Temos que despertar nas pessoas – desde a mais tenra idade - o gosto pela cultura para que possamos expandir o mercado para o consumo de mais livros, CDs, filmes, shows, eventos, passeios a museus e demais espaços culturais. Creio que a popularização da cultura pelo gosto das praticas culturais irá tornar mais acessível os livros e demais produtos e sustentará o mercado cultural, mas isso é um longo processo, estamos no meio dele e não podemos desistir. Devemos todos continuar fazendo o que nos mantém felizes, o escritor escrevendo, o vendedor vendendo, o educador educando e o produtor cultural produzindo.

5-Alguns escritores e poetas dizem que o “eu” que escreve não é nem um pouco semelhante da vida particular. E com você, diria que se difere da Adriana poetisa ou não?

Penso que escrever é um exercício de liberdade ímpar, ninguém pode tanto quanto nossa imaginação, por isso, a Adriana poetisa é mais intensa, porque no universo imaginário ela pode ser o que quiser.

6- Agora um pergunta um tanto quanto indelicada: por que você escreve realmente? Como forma de prazer, consolo...?

Atualmente escrevo quando estou inspirada a criar algo que além de me satisfazer possa contribuir para alguém, logo, escrevo por prazer!

Arquivos